(de)lírio do campo...

como os lírios dos campos crescemos quer no sol quer na chuva e muito mais que os lírios...somos seres em transformaçao..

Ai!Rapariga....

nao sei a quanto tempo nao escrevo nada aqui.....e por isso hoje resolvi fazer uso do blog!
E relendo tantos disparates,resolvi postar aqui uma musica mais do que propria!
aI RAPARIGA,QUE TU SO DIZES DISPARATES,e] tanta asneira tanta asneira para sacar tanta asneiras,nao chegam 100 alicates...enjoy!

ah!coisas muito boas...

Ser MAE



Ser mãe


Ser mãe
É amar
Antes de o ser
É sentir orgulho
No ventre
Que vai crescer
Ser mãe… não é parir
É muito, muito mais
É amar… dar
Sofrer … perdoar
É mentir para salvar

Mas… ser mãe
Também é receber
É colher o amor
Que semeou
É sentir o amor
De quem sempre amou
Ser mãe …é correr
Antes de ser chamada
Beijar … antes de ser beijada
Perdoar… ainda que nunca
Seja perdoada!..

Cly


.Amo-te!

soneto da fidelidade por vinicius de moraes

Boa musica

Sons da Escrita/Ha poesias que nao sendo minhas sao tao eu...

Como se houvesse uma tempestade (Eugénio de Andrade)





Como se houvesse uma tempestade
escurecendo os teus cabelos,
ou se preferes, a minha boca nos teus olhos,
carregada de flor e dos teus dedos,

;





como se houvesse uma criança cega
aos tropeções dentro de ti,
eu falei em neve, e tu calavas
a voz onde contigo me perdi.





Como se a noite viesse e te levasse,
eu era só fome o que sentia;
digo-te adeus, como se não voltasse
ao país onde o teu corpo principia.





Como se houvesse nuvens sobre nuvens,
e sobre as nuvens mar perfeito,
ou se preferes, a tua boca clara
singrando largamente no meu peito.













A paixão (Eugénio de Andrade)




Levanto a custo os olhos da página;


ardem;


ardem cegos de tanta neve.


Faz dó esta paixão pelo silêncio,


pelo sussurro do silêncio,


pelo ardor


do silêncio que só os dedos adivinham.


Cegos, também



Donde vêm?
Donde vêm?
De que rosto, de que estrela?


Apenas uma arde no vento.
As outras, fico a ouvi-las
escorrer da pedra.


Apenas uma em silêncio brilha.
As outras mordem
um coração de homem.


Só prometido à terra.













O amor (Eugénio de Andrade)




Estou a amar-te como o frio
corta os lábios.


A arrancar a raiz
ao mais diminuto dos rios.


A inundar-te de facas,
de saliva esperma lume.


Estou a rodear de agulhas
a boca mais vulnerável.


A marcar sobre os teus flancos
itinerários da espuma.


Assim é o amor: mortal e navegável.













O sal da língua (Eugénio de Andrade)




Escuta, escuta: tenho ainda uma coisa a dizer.
Não é importante, eu sei, não vai salvar o mundo, não mudará a vida de ninguém - mas quem é hoje capaz de salvar o mundo ou apenas mudar o sentido da vida de alguém?



Escuta-me, não te demoro. É coisa pouca, como a chuvinha que vem vindo devagar. São três, quatro palavras, pouco mais. Palavras que te quero confiar, para que não se extinga o seu lume, o seu lume breve. Palavras que muito amei, que talvez ame ainda.
Elas são a casa, o sal da língua.

Ha poesias que nao sendo minhas,sao tao eu...

Batem leve, levemente,


como quem chama por mim.

Será chuva? Será gente?

Gente não é, certamente

e a chuva não bate assim.É talvez a ventania:

mas há pouco, há poucochinho,

nem uma agulha bulia

na quieta melancolia

dos pinheiros do caminho…

Quem bate, assim, levemente,

com tão estranha leveza,

que mal se ouve, mal se sente?Não é chuva, nem é gent...e,

nem é vento com certeza.

Fui ver. A neve caía

do azul cinzento do céu,branca e leve, branca e fria…

. Há quanto tempo a não via!

E que saudades, Deus meu!Olho-a através da vidraça.

Pôs tudo da cor do linho.

Passa gente e, quando passa,

os passos imprime e traça

na brancura do caminho…

Fico olhando esses sinais

da pobre gente que avança,

e noto, por entre os mais,

os traços miniaturais

duns pezitos de criança…

E descalcinhos, doridos…

a neve deixa inda vê-los,

primeiro, bem definidos,

depois, em sulcos compridos,

porque não podia erguê-los!…

Que quem já é pecador

sofra tormentos, enfim!

Mas as crianças, Senhor,

porque lhes dais tanta dor?!…

Porque padecem assim?!…

E uma infinita tristeza,

uma funda turbação

entra em mim, fica em mim presa.

Cai neve na Natureza

e cai no meu coração.(Augusto Gil )